Eu estava em meu quarto,de
frente ao computador escrevendo um texto para o blog que eu tinha na
época.Ouvir Iron Maiden escrevendo um texto sobre o amor era uma atitude que só
poderia ter vindo de mim.
Meu cachorro latia para um gato
preto que se escondia da chuva na telha da varanda.
Chovia muito aquele dia,eu não
tinha aula e meus pais estavam no trabalho.Em casa estávamos apenas eu,meu
cachorro,e o gato visitante.
Eu já estava quase terminando o
texto,ouvindo lá a vigésima música,quando levantei para buscar um copo d’água.Olhei pela
janela,e em plenas 8:00 da manhã,o sol não havia aparecido,estava tudo tão
escuro quanto a noite.A cor das nuvens no céu repetia a cor da calça de moletom
que eu vestia.Os raios eram tão fortes,que parecia que naquele dia Deus estava
furioso com alguém.
Voltei ao computador e vi do
nada,que meu editor de texto havia se fechado sem que eu conseguisse salvar meu
trabalho.O papel de parede do computador tinha sido substituído por uma tela
preta,e os ícones da área de trabalho tinham desaparecido.
Me sentei de frente o
computador,e procurei uma forma de resolver o problema.Todos em vão.
Apenas o mouse se mexia,apenas
a barra de tarefas aparecia,mas eu não conseguia clicar em nada.
Tentei então,desligar o
computador da tomada.Ao puxar o fio,vi um clarão muito forte na janela.Havia
caído um raio.
Me levantei do chão,e o
computador permanecia ligado.
Nesse momento,senti uma força
estranha agindo sobre mim,eu não conseguia me mover,pois algo me movia
inconscientemente.Sentei-me na cadeira.
Não conseguia mover a cabeça,o
pescoço,muito menos as pernas.meu braços apenas se movimentavam quando eu
aplicava muita força,mas não conseguia passar da altura dos ombros.Era como se
algo estivesse me segurando,mas não tinha ninguém no quarto.
Eu não conseguia sentir o calor
humano me segurando,com certeza o que me prendia ali estava dentro de mim.
Rapidamente,a tela começou
a piscar em vários tons,de várias cores.
Comecei a sentir dores de
cabeça,mas não conseguia fechar os olhos.eu sentia dor nos olhos,mas não
conseguia mexer a cabeça.
Na tela,começaram a aparecer
diversas imagens aleatoriamente.Essas imagens iam de crianças e animais fofos,á
pessoas com fantasias estranhas,rituais indígenas,canibalismo,pedofilia,rituais
satânicos,pessoas mortas,pessoas dilaceradas,sadomasoquismo
extremo,assassinatos,enfim,brutalidades em geral.
As imagens em minha frente eram
como uma segunda Deep Web,mas ainda pior.
Grande parte das fotos era em
preto e Branco.
Eu respirava ofegante,suava
frio e tremia muito.
“O que está acontecendo
comigo?”
Minha cadeira começou a se
mexer sozinha.Ela girava para um lado e para o outro,deu uma volta,e parou de
frente ao computador.
Começou então,a reproduzir-se
um vídeo na tela.
Nele aparecia uma criança,em
meio um local escuro que parecia uma casa velha.A menininha balançava o corpo
para trás e para frente.Era uma menina de pele branca,cabelos negros e lisos,um
belo sorriso e um olhar penetrante.Aqueles olhos castanho-escuros eram vivos
demais para estar em um vídeo comum.A imagem se aproximava do rosto da
garota,até que apenas seus olhos aparecessem na tela.Tudo desapareceu e o
monitor se desligou,fazendo um estalo dentro dele.
A cadeira voltou a se
mexer,girava e girava,até que parou de forma que eu ficasse de frente á porta
do quarto.
Lá,uma pessoa me esperava,de
costas pra mim,usando um casaco preto, com capuz,Ele se virou de frente a mim.
Suas mãos se forçavam uma de
frente á outra.Na mão direita ele usava um anel no dedo médio,assim como o que
eu usava quando era adolescente.
Foi nesse momento que olhei para
o rosto dele.Seu rosto era deformado,sua pele era queimada,seus olhos vermelhos
e suas unhas compridas.
Involuntariamente,me levantei e
fiquei frente-a-frente com aquela criatura
Eu olhei no fundo de seus olhos
vermelhos,e então eu reparei que aquele era eu.
A criatura se aproximou,passou
a mão em meu rosto,e começou a dizer essas palavras,soprando-as sobre mim com
seu bafo podre de enxofre:
“-Tu já conheces teu
corpo,agora tu conheces tu’alma.Esta é a alma que tuas sociedades criaram.Todos
tem uma alma destas dentro de si.Eu venho agora destruí-lo,antes que Deus faça
isso por mim,de maneira mais demorada e dolorida
Nesse momento,um raio partiu o
telhado,acertou a criatura,e ela desapareceu em minha frente.Eu senti em meu
corpo,a dor do raio em minha cabeça,atravessando meu corpo,se descarregando em
meus pés.
Acordei então,de frente ao
computador,meu texto ainda estava lá,a música ainda tocava,meu cachorro mordia
minha meia.Eu tinha ficado com o braço em cima do teclado,meu texto estava todo
bagunçado com caracteres espalhados pelas frases.
Resolvi ir até a cozinha tomar
um copo d’água com açúcar.Quando me levantei,o telhado ainda estava com o
buraco do raio...
Oi! Eu faço parte da equipa de Terror 666.
ResponderExcluirVi o seu comentário.
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